terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sobre Aviões, Girafas Elefantes Leões e Seres Humanos

Quando eu soube pela minha amiga Sheila que um grupo iria para o Quênia fazer trabalho voluntário, uma inquietação tomou conta de mim. Eu não tinha exatamente todo o dinheiro para ir, mas sabia que tinha que ir. Juntei, pedi, organizei e, num misto de ansiedade, medo e vontade, disse sim. Logo depois eu quase me arrependi, achei que não iria dar conta, mas respirei fundo, repensei e fui. E fui.

Éramos 13: 5 homens 8 mulheres, de 21 a 31 anos, diversas profissões, diversos tipos. Cada um estava ali por um motivo bem próprio, mas nenhum de nós sabia o que nos esperava.
Nos encontramos no aeroporto às 21horas do dia 17 de dezembro. Eu conhecia apenas a Sheila e mais uma menina que tinha ido comigo para Israel. Rolaram alguns encontros antes da viagem, mas foram todos em São Paulo e eu não pude ir a nenhum. Fizemos check inn e lá fomos nós. Depois de 7horas de viagem, das quais dormi o tempo inteiro sobre o efeito do meu querido comprimido Frontal pré voo, paramos no Togo onde embarcaram mais pessoas no avião. Mais 5 horas e descemos na Etiópia, onde tiraram nossa temperatura antes de entrarmos no aeroporto. Duas horas de espera e o Frontal já não fazia mais efeito, então... cerveja e comida etíope, mais um voo de quase 2horas, com vinho, conversas filosóficas e questões sobre o que faríamos nessa jornada louca. E finalmente chegamos a Nairóbi, Quênia, onde novamente tiraram nossas temperaturas e tivemos que entregar um pequeno questionário sobre nossa saúde. Ebola free: podemos adentrar o país.
Jimmy, o responsável pelo nosso voluntariado, nos buscou no aeroporto. Já era madrugada do dia 19 e ele nos levou para o apartamento que ficaríamos hospedados em Nairóbi. 3 quartos e 1 banheiro para 13 pessoas. Rolou um momento de pânico. Arrumamos uma mala menor, tomamos banho e seguimos mais 5 horas para o Safari. Acho que passamos uns 2 dias só nos transportando e comendo. O Safari era no Massai Mara National Reserve, um parque gigante com todos os animais da savana vivendo ali em seu habitat natural, na divisa entre Quênia e Tanzânia.

Chegamos ao hotel, que tinha umas tendas estilo militar para dormimos, mas todas com banheiro dentro e super confortáveis. Organizamos a divisão dos quartos e fomos correndo para o parque ver os bichos. Nossos motoristas eram incríveis, entendiam tudo dos animais e plantas, e tinham olhos de lince, pois viam os animais mesmo que eles estivessem camuflados. Conseguiram, no primeiro dia, achar leões e uma cheeta comendo um gnu, cena surreal e incrível, que já deu a noção de como funciona a cadeia alimentar. À noite, exaustos, apenas dormimos, cobertos pela rede de mosquito.
Segundo dia, foi safari o dia inteiro. Os motoristas têm um rádio à moda antiga no carro e vão falando entre si, para ver quem achou que bicho e onde. É impressionante como eles conhecem o parque e se localizam no meio daquela savana. Leões, elefantes, girafas, rinocerontes... Ficamos cara a cara com um búfalo, que ensaiou um ataque ao nosso carro; batemos o carro numa árvore onde estava um leopardo que tinha acabado de se alimentar de uma zebra e a perna desta balançava, presa num galho (medo); vimos um leão correr atrás de um pumba enquanto nosso motorista estava fora do carro e ele voltou correndo amedrontado; vimos leões fazendo amor numa lindíssima cena; demos maçã para um babuíno; andamos na beira de um rio cheio de hipopótamos e crocodilos, na fronteira com a Tanzânia . Em um dado momento nossos motoristas pararam o carro, tiraram uma grande toalha e pequenas lunch boxes para fazermos um piquenique embaixo de uma árvore com zebras passando atrás. Foi mágico!

Fim de tarde, visitamos a tribo dos Massai. Eles nos contaram sobre sua história e tradições, dançaram, cantaram. Num dado momento, separaram nosso grupo em duplas e cada dupla, acompanhada por um massai, adentrou uma casa. Lá conversarmos mais intimamente sobre o funcionamento da Tribo. Foi um momento um pouco estranho. A porta da casa é baixa e o interior é bem escuro. O primeiro quarto é para um pequeno bezerro, pois as vacas tem grande valor entre os Massai, quanto mais vacas, mais ricos. Eles inclusive trocam mulheres por vacas, então, se o rapaz quer casar, ele "compra" sua esposa por 10 vacas. Continuamos por um pequeno corredor escuro, muito escuro, no qual fiquei com um pouco de medo e segurei na mão da minha dupla. Chegamos numa sala/quarto/cozinha onde estava um senhor bem velho, cheio de colares e alargadores, e uma moça com um neném. O nosso guia nos explicou o funcionamento das casas, que têm apenas uma mínima janela para não entrar insetos, um pequeno fogareiro, e até um canto que eles denominam como quarto de hóspedes, onde fomos gentilmente convidados a dormir. O rapaz falou e falou; a moça com a criança e o velho, os verdadeiros moradores da casa, ficavam lá, só nos olhando. E nós nos sentindo observadores demais. Até que, numa hora, nosso guia massai me perguntou sobre minhas tatuagens, como eram feitas, se doía, e me mostrou a dele. Travamos uma bela conversa sobre o assunto, cada um contando como são feitas as tatuagens e como são escolhidos os desenhos em suas respectivas culturas, e ali senti uma bonita troca. Foi um momento de certo alívio. Logo após isso, o rapaz nos ofereceu insistentemente alguns objetos de artesanatos para comprarmos e, dessa forma, ajudarmos na construção da escola. Eu e minha dupla entramos numa superconversa sobre o assunto, pois estávamos nos sentindo um pouco intimidados. Acabamos comprando duas peças, pelas quais nos apaixonamos, e saímos da casa para encontrarmos o grupo, que estava se esbaldando em compras na feirinha da tribo. Os Massai nos levaram a pé até nosso hotel e, no caminho, um deles bem novo foi chutando uma garrafa pet. De repente, um jogo de futebol estava armado! Dois times, um de nós e um massai em cada time, e os poucos que passavam pela pequena estrada no meio da savana paravam para assistir ao jogo. Futebol faz sucesso com os moços da tribo! Foi uma cena linda, com o por do sol ao fundo e uma nuvem densa e negra se aproximando. Nos despedimos deles calorosamente. Eles nos ofereceram a cerveja que fabricam artesanalmente, mas ninguém teve coragem de beber.

À noite, fizeram uma fogueira no hotel e sentamos em volta cantando e conversando, nós 13, um dos nossos motoristas e um rapaz que trabalha no hotel. Ensinamos músicas para eles e eles para nós. Cantamos em português, em swahili e em inglês. E eles conheciam e cantavam perfeitamente Michel Teló! Rimos muito. Quando fomos dormir, o gerador já estava desligado e caminhamos para os quarto num breu total, apenas com a luz da lua e das lanternas dos celulares, que não eram muito potentes.
Acordamos e decidimos fazer um safari de barco, que nossos motoristas tinham indicado. Saímos cedo para dar tempo, pois o safari fica perto de Nairóbi, a 5h de carro de onde estávamos. Pegamos a estrada e, de repente, ouvimos muitas mensagens no rádio do carro. O motorista, com uma expressão um pouco preocupada, parou no acostamento, onde já estava parado o nosso outro carro. Os motoristas, tensos, falavam em swahili entre si, e nós tentando entender o que se passava no meio daquela estrada deserta. E eis o que se passava: um elefante matou um Massai, os Massai se revoltaram e fecharam as estradas, pedindo algo para o governo, que nenhum de nós compreendeu muito bem o que era, talvez pelo sotaque queniano, que a gente ainda não entendia perfeitamente. Perguntamos se não podíamos quebrar o bloqueio. Os motoristas foram categóricos, dizendo que os Massai ficavam agressivos e nunca se sabe o que podem fazer quando ficam assim. Medo. O que fazer? Voltar para o hotel e esperar passar? Não. Eles já tinham acionado pelo rádio um amigo, que veio de moto para nos resgatar e nos guiar por estradas alternativas. Seguimos então a motoca por caminhos no meio do nada, num agreste queniano, paisagens vastas, muita poeira, e a viagem que duraria apenas 5 horas, durou umas 7. Perdemos o safari no barco.


Paramos para almoçar e, na porta do restaurante, conhecemos um grupo de crianças fofas. A única menina do grupo logo me chamou atenção. Os meninos nos olhavam com um sorriso bobo no rosto, e ela não. Olhava séria, observadora e atenta. E também um pouco desconfiada. Linda. De vestido amarelo e rosa. Eu acenei com a mão, ela só olhou; eu acenei de novo, ela continuou olhando; eu insisti e fiz uma brincadeira; ela sorriu e veio até mim. Olhou fixo para minha tatuagem e quis tocar; eu disse vai em frente e ela fez carinho nos meus pássaros e na minha árvore; e eu fiz carinho no rosto dela e ela no meu braço, e eu no rosto dela, e assim travamos uma bonita e sincera comunicação, sem falarmos uma palavra. Fomos embora, mas fiquei marcada por aquele olhar desconfiado e profundo da menina linda de cabelos raspados. E chegamos em Nairóbi.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Merhaba, Istanbul!

Quando a viagem do grupo acabou ficou um certo vazio, sabe?! Mas alguns amigos ficaram em Israel um pouco mais também, e o vazio não ficou tão grande assim. Pegamos um quarto num hostel em Tel Aviv, dormimos os 6 num só quarto. Um dos meninos estava super doente, e passei a noite acordando para ver se ele estava bem. Acordamos cedo, ainda no ritmo do grupo, e fomos pra Jerusalém. Andamos pela parte árabe que não fomos com o grupo e entramos no que dava para entrar da Mesquita. Sendo nós judeus e não muçulmanos, só podemos entrar nos jardins da Mesquita, mas mesmo assim vale muito a pena. A visitação só abre 1h por dia, entre 12:30 e 13:30. Nos perdemos pelos corredores do quarteirão árabe da cidade velha, que parece mais um labirinto, mas conseguimos chegar a tempo. Para entrar lá o esquema de segurança é maior que para entrar no Muro das Lamentações. Os guardas pedem seu passaporte, revistam sua bolsa, passam a bolsa no raio x e você passa pelo detector de metal. Ah! e se a mulher tiver com alguma parte do corpo descoberta eles pedem para cobrir, mas a cabeça não precisa ser coberta.
Entramos no jardim, que é lindíssimo, e pareceu que mudamos de cidade. Muitos muçulmanos, mulheres de burca. O jardim é lindo e a Mesquita é um escândalo de bonita, decorada por fora em tons e padrões lindíssimos, e a cúpula dourada é um espetáculo a parte.
Voltamos para Tel Aviv já a noite. Fomos para um bar. Eu peguei minhas malas e segui para o aeroporto pegar meu vôo para Istanbul.
Em Istanbul combinei de encontrar uma amiga que mora em Paris, Marília. Não quisemos ficar num hostel para não gastar muito dinheiro com hospedagem, decidimos fazer couch surfing. Couchsurfing é uma site, rede social, em que pessoas que tem um sofá ou cama sobrando em casa oferecem hospedagem em troca de um sorriso para viajantes. Daí você se inscreve no site, procura hosts na cidade que você quer, vê se ele tem boas referências e começa uma conversa. Achamos 3 casas para ficarmos durante nossa semana em Istanbul. Infelizmente ninguém podia nos hospedar a semana inteira então tivemos que ficar trocando de casa, o que no final das contas foi bem legal porque conhecemos várias partes da cidade que talvez só como turistas não teríamos conhecido.
Cheguei umas 2h antes da Marília, e por um erro meu na hora de comprar o ticket, cheguei num aeroporto do outro lado da cidade. Então combinamos de nos encontrar no Taksim, um ponto bem central onde os ônibus do aeroporto chegam. Na tal praça de cara achei um Starbucks e corri pra ele, ufa! um porto seguro com wi-fi e capuccino. 1h, 2h, 3h, e nada de Marília. Começou a bater um certo pânico. Eu não tinha o endereço, nome, nem nada do rapaz que ia nos hospedar, já estava olhando no booking.com algum hostel nas imediações. Mas finalmente Marília chegou! E o dono da casa também. Seguimos com ele para o apartamento que ficava numa parte chique da cidade, Besiktas. Nesse apartamento moram 2 casais (3 eram turcos e 1 americana), e é enorme! Tinhamos um quarto só nosso, o que deu um alívio e conforto. Eles pediram uma comida típica de lá, uns bolinhos que parecem almondegas mas não são feitos de carne, você amassa no pão pita com salada e enrola, um pouco picante mas uma delícia! E fomos dormir pois estávamos exaustas da viagem.
No dia seguinte o despertador ainda no "fuso horário taglit" então tocou super cedo. Virei pra Marília e disse: não tenho condições de acordar cedo hoje! E dormi finalmente! Acordamos às 11h da manhã e nossos queridos hosts tinham feito um mapinha de como sair da casa e pegar o metro. Eles avisaram que era longinho mas decidimos andar pois assim se vê a cidade. Andamos e andamos e andamos e 40min depois chegamos no metro. Ok, a gente não tinha entendido que era tão longe, mas tudo era tão lindo que quase não sentimos o quanto andamos.
Chegamos a grande praça onde de um lado tem a Mesquita Azul e do outro a Hagia Sofia. Primeiro entramos na Mesquita, onde todos me disseram ser incrível. Enrolamos um pano na cabeça pois lá mulher só de cabeça coberta, e entramos na mesquita na nossa versão muçulmana. Por tudo que as pessoas me disseram eu sabia que era lindo lá dentro, mas superou todas as expectativas. É um escândalo de bonito! Entramos num final de uma reza, mulheres num cercadinho vestindo as saias e rezando, homens num cercadão lindo ajoelhados num tapete maravilhoso.
Sentamos num bar na saída da mesquita para um chai e um narguile. Fomos na Cisterna Basílica e depois no Grand Bazaar olhas as belas coisas que vendem por lá. Mil vendedores vindo nos oferecer melhores preços, promoções, melhores produtos. Tem que fazer pesquisa de preço senão acaba caindo em cada roubada... Mas fomos espertas e só compramos o que realmente queríamos muito e na loja que nos ofereceu melhor custo benefício e bom atendimento. De noite tentamos encontrar o amigo argentino de uma amiga minha num bar em um bairro cheio de ladeiras e becos. Em Istanbul várias ruas repetem o nome mas trocam o logradouro, então o bar era numa rua x, mas tinha na mesma área a avenida x, a travessa x, e beco x e por aí vai. Então demoramos 3h pra achar o certo, caímos em becos, subimos e descemos mil ladeirar gigantes, e quando finalmente chegamos no bar todos estavam tomando a saideira, tomamos a iniciadeira e pegamos fôlego pra descer tudo, pegar o metro e andar mais 40min até em casa.
Dia seguinte fomos para na Hagia Sofia. Acordamos tarde e na andança até o metro fomos nos perdendo em lojas e comidinhas típicas então chegamos ligeiramente tarde lá. Achamos bonito mas nada demais. Sentamos num café e fomos convidadas pelo garçon para um drink a noite. Sentamos em um outro e o mesmo aconteceu, percebemos que era um padrão lá: oi, tudo bem? de onde são? brasil? que maravilha! muito bonitas! tem planos para a noite? gostam de narguile? tem um bar muito legal podemos ir lá tomar uns drinks e fumar narguile! OI??? Achavamos bem estranho esse comportamento masculino, principalmente em Sultanahmet, bairro turístico e tradicional onde circulam mulheres de burca e seus maridos de jaqueta de couro e calça jeans.
A noite mudamos de casa. Dessa vez para um bairro um pouco mais afastado, mas a casa era a 5min da linha central do metro, ufa! Dois rapazes de vinte e poucos anos eram nossos hosts e foram nos buscar a noite na estação de metro. A área é divida entre residencial e comercial com galpões e oficinas mecânicas. Os meninos uns amores pegaram nossas malas e foram carregando em direção a casa. Entramos numa rua, e viramos a direita, e já não tinha mais nenhum ser humano na rua, eu comecei a ficar desconfiada. De repente para um carro branco na nossa frente e na porta de uma grande garagem aberta, saem vários homens de dentro e abrem o porta malas, eu parei na rua e pensei: pronto, agora que serei vendida como escrava sexual! Mas não, saíram mais uns caras do prédio todos carregados, os meninos seguiram direto e chegamos no apartamento super fofo deles sãs e salvas! Então fomos badalar com os meninos que conheciam todos os points da cidades e nos levaram para um tour em bares e clubs escondidos em prédios, super undergrounds e divertidíssimos! Chegamos todos quase carregados em casa após muitos shots de tequila e muita dança.
Acordamos com um belíssimo café da manhã que os rapazes preparam pra gente. Pães, ovos mexidos, queijos, chai, e muitas conversas sobre a cultura turca e a religião muçulmana.
Passamos o dia em Taksim para compras e a noite encontramos um amigo que fiz em Israel. Mais bares mais comida típica, e uma boa noite de sono. Dia seguinte dia de mudança de novo. E lá fomos nós com a mochila nas costas! Saímos da casa dos meninos ao meio dia pois eles iam viajar, e tivemos que esperar até às 16h para encontramos o novo host. Decidimos ir já para o bairro onde ficaríamos, Kadiköy, no lado asiático de Istanbul. Fomos logo pra lá de ônibus, paramos num café, ou no que achávamos que era um café, para esperar o rapaz. Não tinha menu no local pois só serviam um tipo de comida e chai. Pedimos então um chai, mas o moço não falava inglês e falamos "chai" e apontamos pra mesa do lado, ele então perguntou algo que não entendemos, claro, e o outro moço da outra mesa falou num inglês tosco se gostávamos de sorvete e dissemos que sim. O moço acenou que sim com a cabeça e saiu garçom saiu. Virei pra Marília e disse: não tenho idéia do que pedimos! Veio então um prato com um treco que eu já mais tinha visto, numa massa bem crocante, recheada de queijo bem derretido com pistache e o tal sorvete! Era gostoso mas bem gorduroso. O rapaz chegou e fomos pra casa dele. Dessa vez um músico dividindo apartamento com um amigo que não vimos nunca, e tínhamos um quarto só para nós de novo. Perdemos o dia nessa brincadeira e a noite só saímos para comer ali por perto.
Penúltimo dia eu quis ir no Topkapi Palace mas Marília não quis ir então nos separamos. O museu é bem bonito, mas super caro pra entrar! Eu curti o passeio. A noite fomos num restaurante chique de frutos do mar bem gostoso.
Último dia fez um frio horroroso! 0 graus e um vento de matar. Marília foi embora de manhã e meu vôo era só a noite, então saí pela cidade com meu amigo de Israel. Não conseguimos fazer muita coisa na rua por causa do frio, então passamos o dia sem muito rumo parando em cafés e se entupindo de chai pra esquentar. A noite segui para o aeroporto para voltar a Israel.
Fui embora de Istanbul sabendo falar apenas 1 palavra: Merhaba, que é Olá em turco. Acho que gastei toda a minha capacidade linguística com o hebraico e o turco ficou defasado. rs
Istanbul é lindíssimo! Por causa das mudanças de casa não conseguimos fazer tudo o que queríamos, mas vejo isso como um bom motivo para voltar!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Lindo e Bélico.

Israel é um país super seco,e no dia do museu do Holocausto esqueci de tomar água, e acho que gastei toda a água do meu corpo chorando, então no fim  do dia eu estava quase que totalmente desidratada. A noite teve um mega evento do Taglit com grupos de vários países e shows e discurso presencial do primeiro ministro de Israel no qual todos chamam carinhosamente de Bibi. Logo para todos os isreaelenses que eu falava meu nome eles perguntavam: Bibi como o primeiro ministro? Pois é... eu sou xará de apelido do primeiro ministro de Israel. Mas eu, totalmente desidratada, fiquei sentada o evento inteiro me sentindo super quente e me entupindo de água. Lição aprendida!
Algumas coisas sobre os dias anteriores que esqueci de contar. A tenda beduína no meio do  deserto era bem próxima a uma base da aeronáutica. Durante toda a noite ouvimos caças sobrevoando nossas cabeças, e de vez em quando eles soltavam umas bolas meio de fogo que parece que servem para despistar misseis, essa parte era treinamento, claro, mas o resto é real pois eles ficam sempre de olho em tudo o que se passa. Foi um dos primeiros momentos que sentimos o conflito de forma real.
No dia seguinte seguimos para o norte. Fomos num lugar lindo Rosh Hanikrá, na fronteira com o Líbano, umas grutas lindas com um mar num tom de azul maravilhoso. Vimos a base exatamente na fronteira, e tinha uma placa dizendo que era área militar e não podia tirar fotos, mas saiu um soldade de lá de dentro todo sorridente e começou a posar para as fotos, muito engraçado.
Continuamos o dia em Tzfat, a cidade da Kabala. Nos levaram num spa feito para o Micvê, um ritual de purificação que se resume num banho em águas naturais. Falando em linhas gerais é um ritual feito 1 semana depois que a mulher parou de menstruar, ela se limpa profundamente e depois entra nessa piscina de água natural e tem que afundar completamente pelo menos uma vez, e é um momento íntimo no qual elas rezam, refletem sobre a vida e principalmente sobre o relacionamento com o marido. Lá conversamos muito com as mulheres sobre a relação do judaísmo com o casamento, sexo, relacionamento. Foi super interessante! Eles tem uma visão bem bonita do que é o amor e o casamento. Depois dessa aula  fomos andar pela cidade e aprendemos que na cidade da Kabala o povo é super ortodoxo e retrógrado ao ponto de olhar feio pra gente, xingar se alguma mulher estiver com alguma parte do corpo aparecendo, e até ser contra o estado de Israel pois esse não segue as leis ortodóxas, extremistas até dizer chega! E isso que eu achei que lá só teria judeu maluco beleza da Kabala, que é super interessante diga-se de passagem, e claro que seus seguidores não são como os extremistas que vivem na cidade.
A noite fomos para um Kibutz aonde iríamos dormir. Jantamos no grande refeitório e nos acomodamos nos quartos em casinhas fofas. Depois tivemos uma atividade com uma palestrante animadíssima que falou em 1h a história musical de Israel, e nos ensinou danças típicas e modernas de lá. Foi uma animação só! Rolamos de rir e dançamos de nos acabar! Tinham mais dois grupos do taglit nessa noite lá, um de São Paulo e um de São Francisco, e eles tinham instrumentos e ficamos a noite tocando e cantando e bebendo vinho e socializando e rindo. Foi uma das noites mais gostosas e divertidas!
No dia seguinte acordamos super atrasados e enressacados, parecíamos zumbis no refeitório do café da manhã. Os outros dois grupos do Taglit eram da idade normal do programa (de 18 a 26 anos) e a gente ficou brincando na noite anterior que iríamos ensinar a eles como se faz uma festa. Dito e feito festejamos mais do que eles. Mas no dia seguinte... a garotada arrasou com os véios! Eles lá flanando pelo café da manhã todos sorridentes e nós atrasados descabelados de óculos escuros, enjoados  e quase morrendo! rs
Subimos as colinas do Golan. A subida é super tensa pois a estrada é estreita e com curvas muito acentuadas e super íngreme. Golan são colinas que ficam bem na fronteira entre Israel e a Síria, era território Sírio até a guerra dos 6 dias em 1967, quando Israel conquistou o local. Durante a subida pode-se ver ainda tanques de guerra, bunkers, carros e caminhões explodidos e abandonados, e cercas com placas: cuidado!campo minado! Um cenário que eu jamais achei que fosse ver na vida, tão real e tão próximo. Me deu um aperto no peito e uma vontade de chorar. No alto da colina visitamos um antigo bunker, e lá de cima víamos a fronteira com a Síria. De repente escutamos o som de uma bomba! Todos levaram um puta susto e estremeceram na base. A Síria está em guerra civil, e nosso guia explicou que de vez em quando os rebeldes ou os soldados soltam bombas, e ouvimos mais uma segunda bomba antes de descer. Depois disso ficamos em silêncio por alguns minutos. A realidade dos conflitos no Oriente Médio ia a cada dia ficando mais real.
Saindo do bunker fomos para um parque ainda nas colinas do Golan, e lá fizemos um momento de despedida dos soldados que estavam viajando com a gente. Discursos, brincadeiras, jogos e muitas gargalhadas. O lugar era lindo, um campo cheio de pedras, parecia que estava andando as margens de um rio que você tem que ficar pulando de pedra em pedra, só que era na terra firme.
A noite fomos para Jerusalém e era nossa noite livre para uma baladinha na cidade! Fomos num bar super underground e na mesa do lado um judeu super tradicional bebendo uma cerveja, coisas que só acontecem na terra santa!
Sexta-feira acordamos e fomos para o quarteirão judaico na cidade velha e, é claro, para  o Muro das Lamentações! Para se entrar na área do muro tem que se passar por um forte esquema de segurança, quase que como no aeroporto, bolsas e pessoas no raio x. Escrevi meu bilhetinho, bem como haviam me dito para fazer, com meus desejos e agradecimentos e fui lá depositar num buraquinho do muro. Encostei a cabeça as mãos no muro e mentalizei bem forte desejos e coisas positivas. Foi um momento super forte! Nunca achei que fosse sentir essa energia toda nesse local. Chorei. Eu e todo mundo que estava lá comigo e todo mundo que estava lá.
Voltamos para hotel no final da tarde para o jantar de Shabat. Mulheres acendendo velas e fazendo reza. Depois todos se cumprimentam com um caloroso abraço e Shalom shabat! Como não podia deixar de ser, compramos vinhos e ficamos lá curtindo a vida a doidado bem como manda a tradição. rs
No dia seguinte era Shabat então os motoristas não trabalham (quase ninguém trabalha, diga-se de passagem, principalmente em Jerusalém. Geralmente no shabat quem trabalha nos hotéis e lugares que não fecham são os árabes ou outros não judeus), sendo assim saímos a pé pela cidade! Visitamos o parlamento, um parque lindo, um museu, e terminamos o dia novamente no muro. Antes de descermos para o muro, paramos no alto de uma escada com vista para o Muro e para a Mesquita, que fica atrás do muro e tem a cúpula mais linda do mundo toda de ouro, e a lua estava bem atrás da mesquita gigante e linda. Nosso guia explicando alguma coisa que não estava conseguindo prestar atenção pois o cenário era belíssimo, pensando como não poderia ficar mais bonito, e ficou! De repente a mesquita começa seu canto reza nos alto falantes. São 4 torres com alto falantes e quando é hora da reza eles rezam no alto falante e fica parecendo música, e cada hora o som vem de uma torre, e as vezes elas se misturam aumentando a musicalidade. É lindo demais! E a noite não poderia ficar mais mágica!
Descemos para o Muro e fizemos o ritual de fim de shabat lá. Foi bonito. Essa era a última noite do grupo em Israel. Fomos para o hotel e ficamos lá unidos conversando bebendo vinho, emotivos. O grande grupo naturalmente durante a viagem se separou em 2. A minha parte do grupo ficou unida do início ao fim. Dessa minha parte do grupo 8 tive uma conexão fortíssima, um amor mesmo, sabe? Daquele tipo de amizade difícil de encontrar.
No dia seguinte, último dia, todos acordaram meio calados. Tivemos uma palestra muito interessante no hotel sobre o conflito Israel x Palestina que nos deu uma noção maior e melhor da questão.
Seguimos então para Tel Aviv. Praça Rabin, Memorial de Yiszhak Rabin, onde o primeiro ministro foi assassinado. Depois fomos na sala onde foi proclamada a independência de Israel pelo então primeiro ministro Ben Gurion. E finalizamos o dia com um jantar e uma conversa analise do programa, onde todos ficaram muito emotivos, alguns choraram, outros apenas sentiram
Foi uma viagem mágica. Há alguns anos que queria ir ao Taglit mas já tinha passado da idade, até que ano passado soube desse grupo especial de 27 a 30 e me inscrevi correndo. Já tinha perdido as esperanças de ir e fiquei muito feliz quando rolou essa nova oportunidade.  Mas em momento algum achei que essa viagem fosse ser de fato muito incrível. Viagem em grupo grande, tipo excursão, 40 pessoas, achava que não teria ninguém como eu, achava que eu seria a menos judia de todos e tava até envergonhadinha de não saber muito da cultura e das tradições. Mas... a viagem superou todas as minhas expectativas! Conheci pessoas maravilhosas, lugares lindos e incríveis e fortes, passei por muitas experiências e uma montanha russa de sensações e sentimentos e reflexões e realidade. Vi um país que vive num conflito sério e infindável, onde jovens muito jovens já vão para o exército e andam extremamente armados, onde soldados e armas nas ruas é completamente normal. Aprendi uma cultura nova, a cultura em que meu avô foi criado mas que nunca passou para os netos. Aprendi sobre religião, povo, política. Pensei mil vezes sobre o meu avô e como eu queria contar tudo aquilo que estava vivendo para ele,  afinal por causa dele que eu estava lá. Me senti sim mais conectada com minhas raízes judaicas, e principalmente com meu avô. Vivi muita coisa interessante, muita coisa forte. E descobri coisas incríveis que levarei para a vida. Viagens são sempre sensacionais, amo viajar, mas essa terá sempre um lugar especial no meu coração.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Israel parte 1

A viagem começou no dia 6 de janeiro. Sai do RJ num onibus noturno para Sp. Uma mala e uma mochila e uma ansiedade que nao acabava. Nervosa pensando no aviao, na programaçao, nas pessoas que ia conhecer.
2 dias no verao escaldante de Sp! Uma mala cheia de casacos. Combinei de rachar o taxi para o aeroporto com duas meninas que viajariam comıgo, mas nao conhecıa nenhuma das duas.
Fomos no taxı ja tagalerando, todas sem conseguır esconder a ansıedade. E de cara combıneı com uma delas de sentarmos juntas no avıao. Prımeıra conexao! 
Nos reunımos os 40 vıajantes no aeroporto maıs os 2 madrıchıns (uma especıe de monıtores que vıajarıam com a gente tomando conta do grupo e tendo certeza que tudo fıcasse as mıl maravılhas). Cada um recebeu um numero para facılıtar a contagem do grande grupo. 4h de espera no aeroporto, as 5h da manha o avıao decolou rumo a Istanbul, onde trocamos correndo de avıao e seguımos vıagem para Israel.
Chegamos em Tel Avıv tarde pra chuchu, ate todos pegarem as malas e ırem pro onıbus, chegamos no hotel as 2h da matına e as 6h terıamos que estar acordados! De cara sentımos o rıtımo frenetıco da vıagem.
Prımeıro dıa fızemos uma apresentacao de todos no grupo e depoıs uma atıvıdade bem engracada no estılo colonıa de ferıas. O nosso guıa era um Israelense sorrıdente e uma encıclopedıa humana. Brıncamos corremos dancamos em frente a praıa de Tel Avıv, e como ja era sexta feıra corremos para o hotel fazer o rıtual do ınıcıo do shabat. Duron, nosso guıa, nos explıcou dıreıtınho como funcıonava o shabat, e seguımos os passos dele e dos madrıchıns e depoıs fomos jantar no hotel. Pos jantar todos exaustos mas com pıque o sufıcıente para um vınhozınho e festınha no quarto. 
Sabado e o dıa shabat entao fıcamos o dıa ınteıro fazendo atıvıdades de grupo no hotel. Prımeıro pensamento foı: aı que mıco. Cınco mınutos depoıs ja estava todo mundo rolando de rır e fazendo as brıncadeıras propostas pelos madrıchıns felızes da vıda. O grupo aı comecou a se unır.
A noıte fomos badalar em Tel Avıv, bebemos em pubs e dancamos num club dıvertıdıssımo! Uma parte do grupo ıa se unındo cada vez maıs. No dıa seguınte todos sentados no fundo do onıbus! rs
Domıgo chegaram os 4 soldados que ıam vıajar com a gente por 5 dıas. Eles acabaram o servıço mılıtar agora e se juntaram a nos para que tıvessemos esse contato. Apos as devıdas apresentaçoes seguımos para o deserto no sul do paıs! No onıbus fuı sentındo uma pressao no ouvıdo e comeceı a me sentır meıo mal. O deserto eh abaıxo do nıvel do mar, entao a pressao vem com tudo nas nossas cabecınhas. Depoıs de algumas horas de estrada no total deserto chegamos a uma fazenda, ısto mesmo! Uma fazenda no meıo do deserto que crıa cabras e faz um queıjo e um ıogurte delıcıoso. Essas fazendas teorıcamente sao proıbıdas poıs a terra eh do governo, mas eles ja estao entrando em acordos para que os fazendeıros possam fıcar la sem problemas. Voltamos pro onıbus, almocamos numa lanchonete no meıo do deserto (me sentı totalmente em Breakıng Bad) e entao fomos para uma das coısas maıs legaıs da vıagem: andar de camelo!!!! Uma fıla de camelos amarrados uns nos outros com um moco beduıno conduzındo a fıla. Os camelos estavam todos sentadınhos bonıtınhos, daı cada dupla sentava em cıma do camelo e o camelo levantava. Uma sensacao bem esquısıta poıs o camelo eh super alto! Andamos pelo deserto vendo um vısual deslumbrante por uns 20mınutos. Quem sentava na parte de tras do camelo fıcava com a fuca do outro camelo bem coladınha, e eu estava na parte de tras. Ja tınham avısado que os camelos podıam morder, e eu fıqueı com muıta aflıcao, mas o camelo atras de mım era gente fına e nada me fez, ja o camelo atras desse nao teve duvıda e abocanhou o bracınho de uma das menınas do grupo. Ela deu um puta grıto e comecou a pagar um esporro no beduıno em hebraıco, mas fıcou tudo bem com ela, so com um roxınho no braco e uma hıstorıa dıvertıda pra contar.
Descemos do camelo e seguımos para um acampamento beduıno durmır numa tenda com os 40 brazucas, os 2 madrıchıns, os 4 soldados e o nosso seguranca (esquecı de mencıonar que tınhamos um seguranca partıcular vıajando com a gente, novınho, ex soldado, gente boa que agora namora uma menına do grupo rs). 47 pessoas numa tenda beduına no meıo do deserto num frıo desgracado. Mas era tudo bonıtınho, tenda aquecıda, varıas outras tendas ıguaıs do lado com outros grupos de outras partes do mundo, cada tenda com sua fogueıra fora, banheıro com banho quentınho, um jantar tıpıco beduıno delıcıoso, quase hotel de luxo! Senao fosse os colchonetes fınos e o saco de dormır.  O cafe da manha parecıa maıs um fılme do hıgh school musıcal: beduın camp! Um monte de amerıcanos de 18 anos todos anımados e falastroes. Cafe da manha reforcado poıs ıamos subır a Massada, uma montanha no meıo do deserto. Agua muıta agua! Nao podemos desıdratar! Subımos a montanha onde no topo tınham as ruınas de um antıgo palacıo romano, que foı tomado pelos judeus que se revoltaram contra o ımperıo romano ate um exercıto romano cercar a montanha e os judeus decıdırem entao que o melhor era morrer com honra, mataram assım suas mulheres e fılhos e depoıs se mataram. Poıs e... fıqueı tao chocada quanto voces com essa hıstorıa! Mas o lugar e lındıssımo e tem uma vısta estupenda. Para subır nem foı tao dıfıcıl mas pra descer... sao tıpo 800degraus! Aı mınhas panturrılhas que acho que doem ate hoje. 
Descemos maıs um pouco no nıvel no mar e chegamos no mar morto. Que experıencıa maıs louca nessa vıda!!! Colocamos todos nossos bıquınınhos e sungas e bermudas e nos jogamos no mar! Mas cuıdado que nao pode molhar a cabeca porque se entra agua no seu olho ferrou. A agua eh tao salgada que voce descobre machucadınhos que nem sabıa que exıstıam, arde tudo! E... voce boıa! Se nao da pe nao se preocupe, pra afundar e se afogar voce vaı ter que se esforcar muuuuıto. Parece que sua bunda vırou ınflavel. E uma das sensacoes maıs doıdas desse mundo! Bom demaıs! Saındo do mar voce tem que correr pra um chuveıro poıs alem de salgada a agua eh extremamente oleosa. Voce fıca horas embaıxo do chuveıro e contınua toda oleosa. Os cremes de la que sao maravılhosos, prıncıpalmente pra secura que eh aquela terra. Todo mundo com a boca e o narız super rachados.
De noıte fomos para o hotel e tıvemos uma atıvıdade com os MAdrıchıns, uma conversa sobre o holocausto. Uma preparacao para a vısıta no dıa seguınte ao museu Yad Vashem, Museu do Holocausto. 
E foı aı que tıvemos um dos momentos maıs fortes da vıagem. Comecamos a vısıta ao museu com vıdeo depoımento de um sobrevıvente dos campos de concentracao. Todos, sem excessao, choraram de se acabar, mas foı bonıto poıs os amıgos seguraram as maos uns dos outros e assım nos sentımos cada vez maıs como uma comunıdade. O resto do museu foı pesado, alguns choraram, outros fıcaram com os olhos cheıos de agua, e todos muıto pensatıvos. Foı bonıto. Pesado. Nos fez refletır muıto. Nos fez sentır.

Amanha volto a escrever... agora um pouco de sılencıo.

Obs: estou em Istanbul escrevendo num teclado turco entao nao tem acentos, nao eh portugues errado nao! rs




terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bibi à Paris!

Essa é a segunda vez que venho a Paris. Na primeira vez foi legal, mas um incidente na casa onde eu estava hospedada (a casa foi roubada e levaram várias coisas minhas de valor e valor sentimental) me deixou bem triste. Decidi então voltar e ver Paris com outros olhos. Além disso dessa vez tenho muito mais amigos por aqui, e tendo amigos a diversão é garantida!
Com apenas um vôo de 6h e 30 minutos, cheguei em Paris completamente jet legeada e não consegui fazer nada no primeiro dia a não ser dormir. São 6h de diferença entre Paris e Nyc. Então dormi dormi e dormi até fim de tarde quando fui para casa do Gabriel, amigo brazuca que chegou a pouco tempo para uma temporada parisiense de 6 meses, e sua linda namorada francesa Justine. Noite de queijos e vinhos, e Gab insistiu em fazer uma belíssima caipirinha para não perder os hábitos brasileiros.
Passado um pouco o jetleg, quarta acordei tarde e fui ao Pompidou, vi o acervo contemporâneo deles, muito bom, a expo do Roy Lichtenstein, legal, e do Pierre Huyghe, coisas boas e coisas ruins e um cachorro passeando pela local que me deu um pouco de aflição. A noite fui para casa jantar com a Carol e a roomate dela Marília.
Já estava me esquecendo de contar o episódio no metro. Eu não queria comprar apenas 1 ticket de metro e achei que a máquina não aceitava nota grande de 20euros, então fui no gichê. Ops, eu não falo francês, tá tudo bem falo um pouquinho de nada dos dois anos que fiz de francês com professor particular há anos atrás. Puxa na memória, solto algumas palavras, construo uma frase, a moça me entende (!) é simpática (!) e me responde que na máquina posso sim comprar com 20euros o cartão de 10 viagens. E eu entendi tudo!
Da outra vez que eu vim a Paris acabei não indo no Museu D'Orsay, então acordei quinta, bem tarde diga-se de passagem, e fui correndo pra lá pois é o dia que ele fecha tarde. Fiquei horas lá dentro passeando, olhando quadros esculturas objetos fotos móveis Monet Degas Camille Pissarro etc e tal. A noite drink com outra amiga no bar que o namorado dela trabalha do lado de um teatro onde tem basicamente peças de comédia, então a uma certa hora da noite o Les Artiste se enche de comediantes. Mas como todo bar em Paris fecha à 1h da matina, seguimos para um que fica aberto até às 5h, raridade na cidade mas dá para encontrar. E claro, fechamos o bar e pegamos um taxi para casa, consegui direitinho falar o meu endereço pro taxista.
Sexta o dia estava feio, frio, chuvoso, fui encontrar minha queria amiga Cécile para almoçar tarde e passear um pouquinho, depois voltei para casa pois a noite tinha combinado com Marília, Gab, Justine e Laura de irmos numa festa com música africana aqui perto de casa. Primeiro um bar para começar os trabalhos bebendo sem gastar muito dinheiro. Dois franceses se aproximaram da gente na hora em que fomos fumar um cigarro na porta e não é que eu consegui novamente me comunicar sem muitos problemas em francês e ainda ouvir: mas por que você disse que não fala francês? Você fala francês très bien! Agradeci o elogio e dediquei ele ao meu antigo professor particular de francês, Augusto, vulgo Gustin, que me ensinou tão bem essa língua maravilhosa que eu até hoje consigo falar! Obrigada querido professor!!! E depois de algumas cervejas, shots, e todos animados para cairmos na dança entramos na tal festa. Ih, tem que pagar. Ih os shows já acabaram, mas a festa rola até às 6h então vamos lá. A festa africana, depois dos shows africanos, virou apenas uma festa de black music hip hop daqueles que a gente já conhece mas dança cantando e rebolando feliz da vida. Depois da festa foi difícil subir os três andares de escada aqui de casa.
Sábado novamente acordamos tarde, tínhamos ouvido falar de um festival de vinho em Montmartre, pensamos em ir e ver o pôr do sol lá, pois o dia até que estava bonito. Mas decidimos almoçar em casa antes, e claro não conseguimos ver por do sol nenhum, e fomos direto pro que se seguia na programação: jantar num restaurante tibetano e noitada rock n' roll! Comida tibetana boa, bonita e barata! Vinhos e mais vinhos, fomos pra balada e dançamos até quase o sol raiar, só que aqui o sol raia muito tarde, então chegamos em casa ainda escuro mas se fosse no Rio já estaria claro.
Tentamos novamente acordar e sair de casa relativamente cedo no domingo, mas foi impossível. Somos 3 na casa, 1 banheiro, e estávamos enressacadas, então é tudo mais em slow motion. Fomos numa feira com Gab e Justine de produtos aveyroneses, de onde a Justine vem. Comidinhas gostosas, cerveja, vinho e já pra casa porque está todo mundo exausto do fim de semana animadíssimo!
Segunda feira todo mundo de volta aos seus afazeres, e eu de férias fui passear solita novamente. Palais de Tokio ver uma exposição de um designer de sapatos Roger Vivier, bem legal a exposição. Saí de lá, dei 3 passos olhando pro celular a espera da mensagem de uma amiga sobre tomar um café, e quando olhei para cima lá estava ela, Torre Eiffel, e toda a sua beleza. Como senti da primeira vez que olhei para ela, fiquei meio hipnotizada, desci uma escadas e fui para pertinho dela. Tinha uma exposição de fotos no meio do caminho ao ar livre que desviou minha atenção então acabei não chegando tão perto assim da bela torre, mas perto o suficiente para quem já subiu nela uma vez e não faz a menor questão de subir de novo, só olhar ela aqui de baixo mesmo.
Dessa vez me sinto menos turista nessa cidade e tenho vontade de fazer mais coisas locais que turismo mesmo. Tenho priorizado ver os amigos e andar pela cidade assim meio sem rumo, ver um pouco mais da vida local.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Nyc em família

Nyc está virando cada vez mais recorrente na minha vida. Em menos de 3 meses estou eu aqui de novo! Dessa vez numa viagem totalmente diferente das minhas últimas viagens: em família. Mãe, irmãozinho, tia e prima. Todos amontuados num apartamento em Nolita. Dormindo e acordando juntos. Diversão garantida!
Foram 10 dias, mas 10 dias passam rápido demais e não consegui mostrar tudo que eu queria, todos os meus lugares favoritos para eles. Penso que tudo bem, que com certeza voltarei lá com todos eles.
Mas vamos começar pelo começo: o drama do avião. Novidades: não teve drama! Pasmem! Eu só tomei 1 remedinho 1h antes de entrar no avião só para garantir, mas tava calma e serena. Tinha cia para o vôo, estava com minha tia Marília, minha prima Elisa e minha tia Emília, que foi sentada ao meu lado, então fomos conversando e nos distraindo até depois do jantar quando as duas caíram duras e dormiram até o avião pousar.
Chegando no aeroporto passamos pela facilmente pela imigração que nada nos perguntou, e eu fiquei esperando o vôo da minha mãe chegar para ir com ela e Diogo para o apartamento.
Primeiro dia, todos exaustos do vôo, fomos apenas bater perna perto de casa, e fazer compras. Em Nyc é quase impossível não ser um pouco levado pelo consumismo exacerbado que existe no ar. Passamos o fim de semana mais calmo andando pela cidade, comendo bem, e a noite eu e Elisa indo para bares e enchendo a cara no melhor estilo nova iorquino.
Domingo fomos numa feira que estava acontecendo no Brooklyn, e passeamos bastante por lá. João nos levou em alguns pontos que eu não conhecia, apesar de ter trabalhado ali do lado, como o Brooklyn Bridge Park, que é uma graça super agradável. Depois fomos para o Park Slope beber uma cerveja, só os jovens rs, e acabamos num restaurante peruano fofo e delicioso.
Segunda-feira fomos ao Dia: Beacon. Divino maravilhoso! Já tinha ido lá, mas é um lugar para se revisitar quantas vezes for possível! Só o caminho para lá no trem já vale a viagem de 1h e pouco. O lugar é lindo, arborizado com vista para o Rio. E o museu em si já é incrível. Até o Diogo curtiu!
Terça eu minha mãe e Elisa fomos a um museu no qual eu nunca tinha ido. É como eu sempre digo: não importa quantas vezes vá a Nyc tem sempre coisas novas para se conhecer! Fomos ao Cloisters, que faz parte do Metropolitan, onde ficam as principais artes medievais. O lugar em volta é um parque lindo, também com vista para o rio. Mas o museu em si é estranho... Um tentativa de reconstruir um castelo medieval. Valeu a pena só para ver o parque e a maravilhosa instalação sonora da artista Janet Cadiff, The Forty Part Motet, emocionante.
Na quarta eu e Elisa decidimos seguir nosso rumo. Fomos ao High Line e andamos muito atrás de um instrumento super específico de iluminação que ela queria comprar. Batemos muita perna!
Ah! Já ia esquecendo de dizer que de repente fez-se verão em Nyc! Um calor desgraçado. Saindo todo dia de saia e blusinha e sandália, praticamente um verão carioca.
Quinta e sexta mais bateção de perna. E sexta a noite fomos jantar na casa do João, que fez um delicioso jantar, com muito vinho. E ainda saímos para dançar com amigos dele.
Sábado era o último dia da Elisa e da Marília, e dia de eu minha mãe e Diogo nos mudarmos para casa da Juliana. Diga-se de passagem, o apartamento que estávamos era no 5 andar de escada! Então imaginem o tempo que não levou para tiramos todas as mil malas de lá. Toda essa função durou a manhã inteira, e um pouco da tarde também. Nos despedimos delas e fomos jantar num restaurante italiano que o Diogo, pré adolescente esfaimado, escolheu.
Domingão dia de passeio no Central Park e Metropolitan. Eu fui só no passeio no parque porque no Met já fui um zilhão de vezes, e não tinha nenhuma exposição temporária que eu queria ver. Foi super gostoso o passeio. A noite eles foram ver Wicked e eu fui pra casa do João. O tempo estava horroroso! Uma chuvinha chatinha demais. Depois fomos jantar perto de casa no nosso último jantar em Nyc.
Último dia em Nyc! Sempre bate uma tristeza.... últimas compras, últimos arranjos, almocinho no japa perto de casa que amo e sempre vou. Um aperto no coração de deixar aquela cidade mais uma vez. Um aperto no coração que a viagem em família estava acabando. Fomos os três juntos pro aeroporto, pois nossos vôos tinham poucas horinhas de diferença. Diogo e minha mãe ficaram comigo até a hora que eu entrei no avião. Um abraço muito apertado em cada um, um beijo demorado na buchecha, nos tchau tchau, nos vemos daqui a 15 dias. E fui me embora para Paris. E eles voltaram pro Rio.

Viajar em família tem sempre algumas complicações, alguns estresses. Mas apesar de tudo a viagem foi maravilhosa e eu amei cada minuto!!!! <3


quarta-feira, 26 de junho de 2013

It's up to you New York, New York

New York City. Depois de morar 6 meses lá, depois de voltar ano passado, como eu ainda tenho o que escrever sobre essa cidade? Pois é... Nyc é dessas cidades que tem sempre o que dizer sobre. Cidade que não pára, cidade que acontece. Em Nyc tudo pode acontecer.
Depois te ser sido muito bem recebida pela imigração e alfândega no JFK, fui acometida por um jet leg que eu jamais havia vivido. São 7h de diferença entre Berlin e Nyc. 7h é hora para caramba, e cheguei exausta, e acordei animadíssima às 4h da manhã, voltei a dormir às 6h e acordei de novo ás 10h, e a noite sono avassalador às 10h da noite. E foi assim durante os primeiros 3 dias. Ah! e um cansaço que não me deixava em paz. Mas eu lutei contra todo e fui para rua.
Acho que já disse isso aqui uma vez, e continuo dizendo: voltar como turista para uma cidade em que já morou é meio estranho. Você não quer fazer exatamente turismo, tem muitos amigos para ver, já conhece a cidade muito bem. Além disso tinham alguns amigos que moram em outros lugares do mundo lá também, então o que mais fiz foi andar pela cidade, comer em bons restaurantes (continuando o projeto "a volta ao mundo em 80 restaurantes") e vendo amigos queridos.
Primeiro final de semana foi de bares, baladas e amigos animados. Sexta começamos num bar russo, Pravda, com um cardápio de vodkas enorme e drinks maravilhosos. De lá seguimos para o Lower East Side, que nunca me decepciona, com seus mil bares baladas e restaurantes. Entramos num club chamado La Caverna, que tinha uma das decorações mais cafonas da face da terra. Sim, era decorada como se fosse uma caverna, com paredes imitando rocha, estalactítes e tudo mais, e ainda uns morceguinhos pendurados. Música até que estava divertida, mas aquela decoração meio Gunnies meio Bat cave foi demais para gente e decidimos mudar de bar. Fomos então ao Fat Baby (ok, os nomes dos bares e clubs de lá não são dos melhores, admito) onde dançamos sem parar até sermos gentilmente expulsas pois a casa iria fechar. Voltar para casa? Nem pensar! Nyc é uma cidade que dorme relativamente cedo, mas 4h da manhã ainda dá para comer uma pizza, então pizza it is!
Sábado ressaca, festinha calminha na casa de amigos. Domingo, bateção de perna de dia e a noite fui jantar com Ashley, minha única amiga americana, e João meu primo, num restaurante muito legal que a Ash reservou chamado Beauty and Essex, no Lower East Side. O restaurante tem uma decoração super legal, meio loja vintage de jóias, a comida é uma delícia, tapas para dividir com todos na mesa. Comemos, bebemos e... "ai meu deus, já é quase meia noite!". De repente vem a garçonete com um cup cake com uma velinha acesa e todos começaram a cantar parabéns para mim! Depois dalí, eu já uma balsaca mas sem perder o espírito jovem, fomos tomar drinks e dançar num club.
E segunda era o dia oficial da trintona aqui, então Juliana fez reserva num restaurante, que por acaso é dos mesmos donos do que tinha ido no dia anterior e tem a mesma pegada: comidinhas para dividir por todos. E claro, Lower East Side! Eu, Juliana, Nicolas, João, Carol para começar, e um cup cake para cantar de novo parabéns, afinal 30 anos merece o máximo de cantorias possível. Depois mais gente se juntou ao grupo (Tran, Baratta, Isabela e o namorado) e fomos tomar drinks num bar.
30 anos em Nyc! Comecei essa nova década bem e sinto que será um ano maravilhoso com muitos amigos, coisas boas e viagens!
A semana passou meio rápido. Fui a Astória visitar um amigo, assisti os jogos da final da NBA, almocei e jantei fora, adicionei um país na lista de restaurantes (Ucrânia) e me diverti. Fui ao Met ver a exposição Punk Chaos to Couture, sobre como a forma de vestir dos punks anos depois chegou nas passarelas de marcas badalas mundo a fora. Incrível! Deu vontade de voltar a estudar moda.
Na sexta tinha combinado de fazer babysitter para uma amiga brasileira que foi para Nyc e ia para Philadelphia assistir ao show dos Rolling Stones. O marido é super fã do grupo, e eles não queriam deixar a pequena de 5meses com uma baba desconhecida, então juntamos o útil ao agradável, fechamos um preço que ficasse bem para todos, pegamos e carro e fomos para Philadelphia. Chegamos lá só deu tempo de almoçar e eles irem para o show e eu voltar para o hotel com a pequena que já estava sonolenta. Ela dormiu cedo e eu fui ver tv, e acabei apagando. De repente sou acordada por um alarme altíssimo e uma voz: attention, there's a fire in building, please go to the emergency exit and follow instructions. Acordei assustada e fui me assustando mais ainda. Troquei de roupa (não sei porque fiz isso, mas achei que era melhor descer de roupa do que de pijama), peguei a bolsa celular e claro, a neném. Todos os hospedes saindo as pressas de seus quartos e andando em direção à escada e saída de emergência. Desci 15, sim quinze andares, com a pequena no colo tampando o ouvidinho dela para ela não acordar com aquele alarme altíssimo. Fomos todos descendo com calma e civilizadamente. Pensei que fosse passar mal em alguns momentos pois estava morrendo de fome e descer aquilo tudo com um bebezinho no colo não é mole não. Chegamos lá em baixo e os bombeiros já estava lá. E pasmem, eles já sabiam que não era nada demais, provavelmente alguém fumou um cigarro no quarto e disparou o alarme. Ufa que susto! E que competência dos bombeiros, fiquei impressionada! Quem dera aqui fosse assim. Voltamos pro quarto, eu tentei me acalmar, o susto tinha sido grande, mas a pequena acordou e chorou muito. Acho que criança sente o nosso nervosismo e o estresse em volta dela, pois a bichinha demorou para dormir de novo. E eu também.
Voltamos no dia seguinte cedo, e eu segui para o Zoo do Bronx, onde sempre quis ir mas acabei nunca indo, encontrar a Carol (minha amiga que mora em Madrid mas está passando 3 meses numa cidadezinha há 1h de Nyc) e o namorado. Eu adoro um zoológico, e sempre que posso visito algum em alguma cidade mundo a fora. O zoo é meio estranho, lindo, mas cada bicho fica há quilômetros de distância do outro, e qualquer coisinha você tem que pagar a mais, até para ver os gorilas! E caímos na asneira de ir num sábado de verão, então estava abarrotado de gente e um calor infernal. Passeamos um pouco, vimos urso e urso polar, tigres, cobras, crocodilos, búfalos, bambis, leão, babuíno, leão marinho e acho que foi mais ou menos isso. Saímos mortos de fome, a comida lá dentro é só fast food e só vendem uns combos caros e grandes mas não o suficiente para dividir e não vende o sanduíche separado, coisa de americano comilão! Fomos correndo para um restaurante perto da casa onde eu estava, um dos meus restaurantes favoritos em Nyc, CornerStone, que serve de brunch a dinner e tudo é uma delícia e com um preço super bacana, e ainda tem jarra de sangria pela bagatela de 15dols.
Domingo dia de brunch, dia de passear pela cidade de dia, e de jantar fora e drinks a noite. Bom, em Nyc todo dia é dia de jantar fora e tomar drinks, rs. Última noite na cidade. E último dia, numa plena segunda, almocei num venezuelano com o João, últimas compras e encomendas. Para varias arrumei a mala nos 45 do segundo tempo, e quando cheguei em casa vi como estava uma bagunça. Entrei no carro para ir para o aeroporto e me bateu uma tristeza. Eu amo Nyc! Eu amo muito Nyc! Mesmo amando Berlin agora também, Nyc não vai sair do meu coração. Novamente não quis ir embora, me deu uma saudade enorme da época que morava lá, me deu uma saudade enorme da vida que eu levava lá, das pessoas, do clima da cidade, até do frio! Foi aí que eu lembrei: ops... não tomei o frontal! Pois é... eu esqueci do medo de voar! Mas assim que lembrei tomei logo meu remedinho, e pouco antes de entrar no avião tomei outro. Mas o avião atrasou mais de 1h e eu fiquei batendo cabeça na sala de embarque. Entrei no avião um zumbi e estava vazio, ninguém ao meu lado, pude dormir e me esparramar, consegui arduamente acordar para jantar, e quase perdi o café da manhã. Cheguei no Brasil e a alfândega nem olhou pra minha cara "droga, podia ter trazido mais coisa!"